terça-feira, 4 de novembro de 2014

Os olhos podem mesmo ser o espelho da alma. Cientistas do Instituto Max Planck (IMP), em Leipzig, Alemanha, descobriram que, aos sete meses de idade, os bebés conseguem perceber o estado emocional dos adultos através da reação da parte branca dos olhos, a esclera.
 
O estudo do IMP indica que os bebés podem perceber inconscientemente as emoções de quem os rodeia e respondem de forma diferente a olhares temerosos, felizes ou ansiosos. 
 
A esclera - parte branca dos olhos - tem uma função de sinal central.  Numa situação de ansiedade os olhos dilatam-se e a esclera parece consideravelmente maior, por exemplo.
 
A investigação utilizou fotografias de olhos e mostrou-as aos bebé, o que revelou que os bebés preferem quando os outros olham diretamente para os seus olhos. 
 
Através de elétrodos, colocados na parte da frente e detrás da cabeça, os investigadores conseguiram medir a atividade cerebral. As fotografias com olhares ansiosos espoletaram sinais mais fortes no cérebro dos bebés.
 
"O cérebro é conduzido diretamente para a esclera, porque todos recebemos informações diferentes da imagem", explicou Sarah Jessen do IMP.
 
A reação dos bebés é inconsciente, até pelo facto de as fotografias terem sido apresentadas em apenas 50 milisegundos - tempo demasiado curto para ser conscientemente compreendidas pelas crianças nesta idade.
 
O cérebro dos bebés teve uma reação "relativamente forte" quando os olhos os observavam diretamente. Um olhar temeroso gera uma reação menos forte na parte detrás da cabeça, que engloba regiões responsáveis pela atenção.
 
"O facto de podermos ler  as opiniões e sentimentos dos outros desde tenra idade, revela como é importante esta capacidade para a nossa vida em sociedade", explicou Tobias Grossman, que conduziu o estudo no IMP. 
 
A capacidade de focagem dos olhos e a direção do olhar é, segundo o IMP, "uma importante marca de desenvolvimento social saudável". Nos bebés que perdem esta capacidade entre o segundo e sexto mês de vida pode estar ligado com déficites sociais ou autismo, diz o comunicado do estudo.

FONTE: BOAS NOTÍCIAS